segunda-feira, 20 de outubro de 2008

ibisco


sopra uma nota de vida
e o som nasce novamente
seja na simplicidade da flor do cangaço
ou nao cumplicidade à distâncida
meus movimentos acompanham os seus
enquanto,
ainda,
escuto mais um suspiro de música

domingo, 19 de outubro de 2008

O dia (22/03/1997)

O que contém o dia?
O amanhecer
A tarde
O anoitecer?

Contém a tristeza
Também a alegria
O que será mais
Que contém o dia?

Tem árvores
Tem pássaros
Até mesmo vejo
Alguns passos

Aonde será que levam?
Será um lugar bonito?
Eu acho que o dia
Contém o infinito...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Verdura Respeitada (Novembro de 1996)

Sou uma verdura chata
É o que todo mundo diz
A menina fala:
- Não vou comer, prefiro giz!
Ninguém me gosta
Ninguém me curte
Podem comer cuque bolorado, mas não me comem de jeito nenhum
Sou de outra cor
Nenhum alimento é assim como a mim
Queria ser famosa como... a alface
Sem ser o desespero da face
Um menino me comeu, comeu, comeu, comeu
E ficou tão lindo e forte como Romeu
As meninas também me comeram,
Até as de chupeta
E ficaram como a Julieta





Sou a beterraba!
Não sou mais chata!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

nenhuma outra música triste me faz dançar,
tanto quanto as velhas melodias de criança
que aprendi no sussuro do pé do ouvido e das amoras caidas do pé...
essa sensibilidade que se perde na traiçoeira memória
que se esconde por palavras e gestos sujos...
e mentiras que se axam verdadeiras
sinto falta da infancia!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

18/09/08

Hoje eu sonhei com várias coisas, parecem ter uma continuidade e ao mesmo tempo não parece. Um vilarejo pobre, quase um cortiço... era preciso esperar um onibus para sair dali, ele vinha de cima de um morro, contornando várias casas, até chegar lá embaixo, exatamente onde estava - provavelmente com mais algumas pessoas das quais no momento não recordo. Depois dalí, só me lembro de uma festa, uma festa de rappers regada a muita música, bebida e pessoas de todos os tipos. Me perdi por alí... fumei um baseado com algum amigo e me embrenhei no meio das pessoas. Haviam vários ambientes... o lugar me lembrava um pouco minha antiga casa, com o acrescimo de requinte, é lógico. Num outro momento, estava numa espécie de palestra, haviam algumas cadeiras, algumas pessoas... estudantes! A palestrante era uma garota da qual muito raramente vejo pela Reitoria mas que por acaso era uma das meninas com quem eu andava de skate na época do Elo Skate Girl. Logo que ela começou, me dei conta com um saco destes de lixo, cheinho de camisetas estampadas... comecei a procurar por uma tamanho P para mim. As estampas eram muito variadas... encontrei uma com a propaganda do evento que meu amigo do trabalho vai promover, sobre o Star Wars. Como esta camiseta era P, resolvi pegar. Neste mesmo instante, este amigo do qual me referi - Roberson - surge e me diz o seguinte: "Não, não pegue esta. Esta aí eu vou te dar lá no envento, escolha outra". Não demorou muito pra eu encontrar uma com a estampa dos Animaniacs numa floresta. Este sonho acabou. O proximo, parecia ter uma certa continuidade com o da festa de rappers... estava dentro do carro e discutia com o Juka por algum motivo. Comecei a andar com o carro e parecia estar passando perto do estádio dos porcos atreticanos. Outra discussão surgiu porque o Juka estava com uma camisa do Coxa, justamente no momento quando passavamos por ali. De repente, parecia que não estavamos mais no carro, a pé começamos a descer umas escadas no meio da rua, aquelas escadas em caracol... fui descendo na frente, descendo, descendo... quando cheguei lá embaixo, me deparei com um lugar muito sujo, feio, abandonado... com umas caveiras e sinais de práticas de vodu. Quando estava pra me dirigir a escada e subir de novo, vejo um homem se aproximando de uma entrada, parecia estar com um gorro da Ku Klux Klan... me assustei, corri... acordei!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Hoje eu sonhei com...

21/08/08
Hoje eu sonhei com fenômenos estranhos que aconteciam aqui em casa. Meu irmão Janio também estava presente. Era como aqueles fenômenos sobrenaturais, as coisas tomavam vida própria, se mexiam... abri a geladeira e os iogurtes de ameixa começavam a levantar e vir em minha direção. Todos estavam na sala, assistindo a alguma coisa na televisão. Olhei para os fundos, como se não tivesse mais parede na cozinha e lá vi o causador dos fenômenos (pelo menos era o que eu estava crendo naquele momento). Era um senhor alto, magro, esguio, de cerca de 60 anos mais ou menos. Ele vestia um casaco que parecia ser de camurça, na cor amarelo queimado. Me fitou nos olhos com um olhar de rancor, balbuciou coisas que não entendi e saiu do plano principal, caminhando pelo quintal. Avisei a todos que estavam na sala... quase não deram atenção. O mesmo senhor passou agora pelo lado da casa, olhando para dentro mais uma vez. Quando chegou no portão, transformara-se um pouco. Meu pai estava lá na calçada... e o velho agora tinha um uniforme do Palmeiras. Comentei que meu pai era Palmeirense, ele começa a tirar a camisa do time que vestia ... acordei!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

corrigindo...

somos meros retratos do que nos cerca
e quem somos nós ao certo?
me procuro e me acho
e não gosto do que vejo

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

foto by Dorian Gray

somos meros retratos de nós mesmos
ainda tento me descobrir

terça-feira, 19 de agosto de 2008

não existe amor
existe o sentimento de posse
o sentimento de apego
depois disso, tudo se esvaria, tudo se acaba
senão meu amor
nao acabaria assim, do dia pra noite
de uma rua a outra...
a dor transpassa, de um amor ao outro

sábado, 9 de agosto de 2008

humana
consciência humanitária...
eu tenho a palavra certa pros outros
só não sei o que dizer a mim mesma

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

o romantismo
a sensibilidade
a vida bem vivida que me faz morrer, cada dia mais
me sinto a mais solitária das que amam a vida
a mais suicida dos que não procuram uma saida
porque sabem que esta vida está aqui só de passagem!
não entendo como não entendem
que as lições estão pra ser tiradas
e as decepções nos constroem todo dia
preciso de apegos pra poder cair das minhas ilusões
pra construir meu próprio caminho

afinal sou romantica...
afinal... sou sensível demais pra você!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Acredito ter acordado de uma ilusão obtida a tanto tempo atrás. Apesar da minha insistência de descoberta de quem eu realmente sou, certas coisas eu tinha certeza, certas coisas eu realmente acreditava que eram reais, tocáveis... quase físicas! Os nossos sonhos nunca são desmantelados por nós mesmos, já reparou?? Nossos sonhos - dos mais ilusórios possíveis - só são despertados por segundos, terceiros e as vezes até por quartos. São os outros, os do lado de fora, os que muitas vezes pouco sabem sobre nossos medos e alegrias, que nos desencorajam de tentar e nos abrem a porta de uma percepção completamente "real". Ou alguma vez você acordou por si só, por que realmente queria???
Me sinto encurralada num pequeno quarto só meu, me vejo obrigada a seguir um caminho recém traçado por alguém que ainda não consegui descobrir quem e, ainda por cima, me pego desapegada aos meus gostos e completamente sem rumo por que acordei de um sonho e de um sono profundo... triste fim para a polaquinha de tranças!
Não conheço ainda quem sou eu e acredito que jamais conhecerei... será que minha busca ainda continua?? Palavras ferem muito mais que atitudes e meu gosto pelo sarcasmo e pelo irônico me deixam cada vez mais desprotegida de um bem ao meu lado... ainda quero recusar a largar meus pontos de vista pra poder ser feliz com alguem... do que serve??? A confiança só faz estarmos cada vez mais perto do momento em que o outro te desencoraja da vida, te desacredita, te rasga por dentro e come seus bens mais preciosos... não deveríamos ter sido feitos sozinhos??

O que seria de nós se Adão e Eva fossem feitos separados, sem promessa de um casal??

Seríamos sonhadores, acredito eu!

domingo, 3 de agosto de 2008

terça-feira, 29 de julho de 2008

a
dependencia que não
quero ter
você
consumismo alheio que
acaba
sempre quando menos
quero
corro de algo que já visto
visto que
não tenho pra onde correr

poucos de muitos que nada tem a me dar

num mundo
onde precisamos estar num grupo para ser o que não somos
tentamos ser o que não somos
e só somos se estamos do lado de muitos!
me canso de ouvir
noticias daqueles que em muitos tentam se impor
e aqueles que fazem a história
são os que tentaram ser um, por si só...
sozinhos e bravos
não têm medo de dizer e escutar o que o coração quer
quer o que quer
opõem-se no que não querem??
pecam em ser, mais um dos muitos
que são seguidos por tantos

me recuso a segui-los
me recuso a ser tantos assim
um unico dos muitos
os muitos que são poucos de tantos outros
que na verdade nunca são nada!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

on a empty of sounds, i can see as far
my mp3 let me hear
in a wave of a queerly looks
i pray for someone get me out of here
the buildings pass, on a straight line
between the cure and the insanity
i look away but my eyes needs to see
the same thing i saw the day before

segunda-feira, 26 de maio de 2008

sensibilidade que dói...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

de repente resolvo olhar pra cima
fico impressionada, "isso estava aí o tempo todo?"
se tropeço, quem de fato liga?
eu vejo um novo mundo, no simples des-dobrar de movimento...

sábado, 10 de maio de 2008

ela parece que me engole
.
.
.
.
Cometa... me leva de volta pra casa!
Sobe um calor, diferente de outrora... a ansiedade me mata esperando um toque apenas! Meus sonhos já começaram a se diferir, aqueles mesmos de tempos atrás... fico apreensiva quando acordo, imaginando se algo de ruim realmente está acontecendo! Sua imagem nos meus sonhos se distorcem, não é sempre que eu consigo ver com perfeição seu rosto... me pego esfaqueando alguns caras, talvez seja uma forma de exorcizar meus próprios pensamentos e medos... enfim, consigo mata-los, fujo e acordo!

Sexta-feira, frio já tradicional de Curitiba... sai sem rumo mas certa de que algo "planejado" fosse acontecer. Eu ligo, você atende, alguns minutos depois estou contemplando uma parede com medos, angústias, dor, cheiros azedos... era tudo o que eu precisa ver! Senti um soco na boca do estômago, e o vinho tinto assim como o branco desceram e parece que nenhum efeito fizeram... amargaram a boca! Amargaram a existencia... adocicaram a existência... não sei ainda qual existência...

A praça parecia um tanto mais iluminada, acredito que andaram fazendo aquelas revitalizações dignas de ano eleitoral! Me encostei e acabei ficando bem ao meio dela, dividida, como sempre... parece que nunca vou me decidir de fato por algo, sempre estarei no meio, de pessoas, de coisas, de histórias... intermediaria, mediadora... mas nunca centralizada nas minhas paixões!
De qualquer forma, as palavras ainda saiam muito presas, fazia tempo que nao o via, fazia tempo desde muitos desestendidos... o frio talvez me deixe mais fria, mas com o decorrer de suas palavras, de suas lembranças, aquelas que acabaram entrando em choque com as minhas, me fizeram quebrar a tênue camada de gelo que se fez sobre mim... ainda não me acostumei a chorar perto de ninguem, ainda acho que ninguém tem nada a ver com meus problemas... nem ao menos um abraço eu sei retribuir!

Sou muito fraca, acho que minha sina de desistir das minhas coisas está se enconstando em mim de novo... me sinto desprotegida, sozinha, apesar de tantas e tantas pessoas me cruzarem a frente. Olho pro chão quando caminho, encontro dinheiro alheio, mas não encontro este alheio... já começo a perceber as coisas com outros olhos... acho que não sirvo pra fitar mais ninguém! Se não por você... acho melhor desistir!
Meus sorrisos pelas coisas simples estão murchando, cada vez mais...

Queria acreditar que sou sonhadora, queria acreditar que ainda existem pessoas sonhadoras... queria voltar a acreditar nas coisas simples...

Queria voltar a ser eu

sexta-feira, 18 de abril de 2008

nostalgias
fotos mal escaneadas
minha roupinha azul!
vestida de ninja, caida no poço...
musicas e alguns cheiros me fazem lembrar de você

um dia beberemos Heineken em pleno solo chicano

sinto sua falta...

sábado, 5 de abril de 2008

despedaça
mais
um
pedaço de mim

eu
unica
em
pedaços de mim

quer um?

mais um mais dois mais eu

É dor!
É dor de qualquer jeito... não venha me perguntar qual dói mais!!!
É aperto, é angustia... é sentimento que não acaba mais

Me traio chorando sozinha bebendo rindo destraida sem saber por quê!
Me vejo caida aos pés de quem nem conheço
Rio no espelho na escada no onibus dos seus trejeitos desajeitados... agora longes!

Preciso de um gole
De um trago da mais pura fumaça encardida em pensamentos límpidos e puros sentimentos

Não quero mais esperar
Não quero mais sentir
Comparar dores que não há porquê comparar
Já disse que não quero saber!!!!!!!!

Ainda me pergunto porque tudo tem que seguir uma rota
Queria tanto me desligar!
E ainda depois me chamarem de covarde, de fraca, por querer fugir das "responsabilidades"
Aquelas, aquelas que nem fui eu que escolhi
Que você me colocou
E eu sigo eu sofro eu vivo eu morro eu ando no seu caminho
e ainda por cima não decido por mim ...

O que vai ser agora?
Numero 1, 2 ou 3...???

Seja feita vossa vontade!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

me fala com seu falo

Não esperem!
Porque não vou soltar palavras fúteis durante o sexo
Prefiro falar com gestos, suspiros, suores e odores... e tudo fala por si só!
Minha garganta grito no pé do ouvido do seu falo
Não sei mais se é paixão, prazer, amor ou desespero
Se já tomou conta ou se é mero esmero
O toque torna-se cada vez mais agudo, mais descompassado
(porque se fosse compassado seria monótono)
E eu engulo seus sentidos sem dó
Sinto seus medos, seus escombros, sua angústia e suas próprias mentiras...
Não me fale, não me ouse falar!
As palavras não traduzem os espamos, os tremores, os cheiros...
Distorcem sua mais pura sinceridade!

quinta-feira, 6 de março de 2008



Do chão de ladrilhos português para o alto das telas em cavaletes. Analisando esta frase, acreditamos que a transformação é simples, como num movimento só. Mas para este peruano, José Tazza, residente em Curitiba há cerca de um ano, deixar o seu já rotineiro trabalho em spray para poder "texturar" nas telas em branco contou com um amadurecimento próprio. A transição é perceptivelmente forte quando comparamos estes dois momentos de sua vida trabalhando com arte. Ao analisarmos as telas que compõe a sua exposição, percebemos uma fuga ao estereotipo e ao bonito quando vemos a mais pura liberdade de que as formas, proporcionadas por um simples galão de massa corrida, tomam conta em seus quadros. Não é preciso tentar se prender a movimentos muito bem definidos, mas sim nos deixar encher os olhos de irregularidades, tão puras que nos parecem vindas diretamente do estômago e não das mãos do artista. Para tais movimentos irregulares, Tazza conta com uma infinidade de objetos que nos passam despercebido tratando-se de arte em tela: escova-de-dente, pente, gilete, escova de aço, dentre outros apetrechos. Após texturizados, seus trabalhos ainda contam com a colorização do spray, da qual o artista opta em sua maioria pela tonalidade em sépia, que lembra facilmente fotos envelhecidas, criando um certo gosto nostálgico a quem admira as telas. Porém, se Tazza neste seu novo trabalho gostaria de poder romper com antigas técnicas ou romper com anteriores vínculos estéticos e artísticos podemos considera-lo cair em sua própria armadilha. O artista ainda se prende ao spray dotando a ele colorações em degradê, quebrando com a irregularidade apaixonante e visceral da qual a textura apresentava, para um previsível efeito de luz e sombra. Acabamos por direcionar nossos olhares juntamente com as cores e toda aquelas formas muito bem "não elaboradas" perdem um pouco do seu sentido. Juntamente com esta idéia, encontro um motivo cabível para a nominação da qual Tazza deu aos seus quadros : "1", "2", "3", "4", "5" e "6". Uma verdadeira continuidade da qual suas telas vem retificar que não existe uma ruptura, uma mudança brusca em nosso caminho. Ele simplesmente é dotado de transformações, das quais para que estas aconteçam temos de saber que os momentos somente nos acrescentam, nunca nos tiram.

terça-feira, 4 de março de 2008

Á sua condenação

Aos pés de um mundo me ponho
Chorando meu próprio erro
Fadada a condenação dos que já me condenaram e
eles rindo do que um dia eu também já ri
Me olho no espelho
Rio de mim!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008


januario_action




felicidade:

uns compram
outros vendem (ou pensam que vendem)
mas a maioria te rouba!

Gosto do azedo

As pessoas são sujas
e elas fedem
São feias por fora (é só olhar bem!)
e piores por dentro
Escondem seus nojos
Mas são asquerosas
Parecem o que não são
e são felizes assim
Bendito és tu
Branco por fora, preto por dentro!

Tanto faz este seu medo ou aflição
Me mostra sua ânsia de novo
Seu peito inflado
A cor do seu silicone...
Não quero seu cheiro
Quero seu suor
seu mais inescrupuloso gosto de merda
sua vida, lembrança de nada
suas repetidas vontades de algo que jamais vai se concretizar

A tua angustia me comove
Alimenta minha mais pura felicidade de desgraça alheia
Quero sorrir do seu desprazer, irmão, do seu calo
da sua fissura impossível
Quero gorar os teus sonhos
Me desfazer no gosto do azedo
E me perder na vida...

Meu gosto o seu desgosto
Assim seja
Amém!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Provinciana

O crepúsculo ainda me desperta uma sensação tão pura,
numa tarde de final de Fevereiro calorento
O trânsito não tão abarrotado de Curitiba se confunde com o murmúrio que já se forma nos butecos de esquina
Aquele velho ar de cidadezinha provinciana
Dos antigos armazéns de secos e molhados
Dos antigos calçamentos de mac-adam
e do "footing" pela XV
O que sobrou deste tempo?!
Ainda corre em mim a tímida polaquinha de pés sujos!
Se ainda não me achei neste labirinto frio de almas verdes
Me perco na idéia de lhe abandonar
Abandonar os prédios solitarios e as ruinas,
o Solar do Barão em meio a suas histórias em segredo
O sabor de 1 e 90 logo pela manhã
ou o café debaixo do céu azul
Se as noites se acabam naquela esquina 24h
pra mim elas continuam, olhando as estrelas numa lagem revestida de carpet
Ao som do trem em direção ao porto de ouro!
A gélida sensação de que ainda vivo muito do meu passado aqui
Enche-me de medo em pensar em te deixar
Terra do pinhão assado em brasa
Das carroças vagarozas
Da fumaça do trem escarlate
Da polaquinha de tranças...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

poltrona 23

é outra curva, um novo suspiro!
e ainda nem deu tempo de eu tirar a antiga foto do pc...
por que parece que parece que pros outros é tão banal?!

o sentimento é puro
as impressões são falsas e sujas...
que se dane! não preciso delas

se tudo é tão revestido por um reboco barato
por dentro os corpos se encontram novamente
e o mesmo efeito da manhã anterior de alguns anos atrás me toca

nao me lembro de pessoas, do dia, da merda do trânsito
se a noticia do fantástico me chamou a atenção...

lembro do cheiro e da cor
a nostalgia nao me deixa esquecer!
nao me lembro de sons
me lembro de longinquos espaços de silêncio
silêncio
silêncio por fora...e por dentro explosão!
outra vez a razão foi dar uma volta
outra vez meu pulso toma folego
outra vez me deixo levar por este impulso...

andando por cima de decepções

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Registro de Obito

Império do Brazil
Provincia do Paraná
Registro Civil da Capital

No registro de óbitos do final do século XIX, aqui mesmo na cidade de Curitiba, o trabalho todo parece ser bem mecânico. As folhas já contem partes impressas e o trabalho do Escrivão de Paz limita-se simplesmente a preencher lacunas com as informações cabíveis e necessárias, dentre elas a cor do indívíduo (abro um parênteses para infaztizar este detalhe... acho que o caminho para o purgatório deve ser outro, aí a tamanha importância do registro da cor... sim! E se o sujeito toma o caminho errado?? Deus que nos livre!!!)
Me perco digitando tudo isso! Em meio aos nomes cientificos das doenças que cada pessoa morreu, fico imaginando a moradia do número morto, se tinha família, se sua casa situava-se na Rua da Assemblea, perto da Estação ou talvez na entrada da Estrada do Matto Grosso... se suas mãos eram calejadas devido algum trabalho pesado, se houve velório e se choraram por sua perda. Me pergunto porque tantas crianças morriam, porque os brancos partiam tão cedo enquanto seus escravos batiam os 80 e tantos. Se morreram na cama, dormindo ou se num hospital. Enfim, se eram felizes...

O número do registro não me exala odor nenhum, mas é visivel que um resquicio de morte está encravado nas amareladas folhas geladas...
Um registro de vida, um registro de morte... que diferença faz?? Não capto a essência, ou meu nariz anda falho demais para isso... me vejo quase sempre vagando em meio a estas linhas, para ver se encontro o perfume mórbido da existencia de cada um, cada um dos numeros que poderiam ter sido alguma coisa em vida!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Re: tá ae?

Muito mais confusa do que no principio
(que principio?)
Se fujo de termos e terminologias e todo seu significado
Me prendo a eles para dizer o que exatemente não quero
E pra explicar o que de fato quero... fujo??
A carência quer falar mais alto do que qualquer outra querência própria
E me pego no apego novamente
Seus risos me riem que nossos Deuses falam linguas diferentes
Mas a verdade é que me importam [ainda] outras linguagens...
de sentidos...
de fluidos...
de nervos a flor da pele...!
Aprenderei de novo com outra decepção
E viverei aos berros suplicantes dos meus proprios Deuses...